segunda-feira, 25 de abril de 2011

Prisão de ventre




Eu já estava aperreado
Com três dias sem cagá
De tanto juntar bosta
Eu comecei a arrotar

E haja eu me agoniar
Tomei todo tipo de chá
Mas nada do cú abrir
E deixar a bosta passar

Comi ameixa com leite
Farinha de maracujá
Fiz um monte de exercícios
Mas nada de o cú cagá

Comecei a pensar besteira
Desejei uma caganeira
Daquelas que queima as beiras
Inflama a tripa gaiteira
E o cú começa a mijá

A minha barriga gemia
Eu fiquei agoniado
Me sentei numa bacia
Com o butico arreganhado
Encostado na água fria
Pra ver se a bosta descia
E me deixava sossegado

Numa infeliz tentativa
De acabar com agonia
Me joguei debaixo da pia
Peguei um pente pantera
Tentando desembeiçar a fera
Mas o danado não se bolia

A constipação persistia
Dura, grossa e ardia
Eu já tava com azia
E ninguém me socorria
Ouvi sirene de ambulância
Tentei me erguer da bacia
Mas naquela circunstancia
Ou eu cagava ou morria

Respirando bem fundo
Como meu pai me ensinou
Tapei a venta com os dedos
Ai a pressão aumentou

Já estava tudo ardente
Botei uma toalha nos dente
Quando definitivamente
O bicho se preparou

O nervosismo aumentou
Chamei por nosso senhor
Comecei a botar força,
Aí foi que o bicho arrochou

Os zói foi arregalando
Os ouvidos foi tapando
A cabeça explodia
O bicho deu uma travada
Nem subia e nem descia

Corri para o chuveiro
Quase que desmaiado
Uma mão segurando os ovos
A outra no assoalho
Eita vexame adoidado
Eu já estava era estuprado

Só me livrei do maldito
Devo isso a minha mulher
Com ajuda de um cristé
Me botou de quatro pé
Empurrando o tal cristé
Com muita determinação
Alforriou o negão


Data 06/10/2010
Romero Borges

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